terça-feira, 18 de setembro de 2007

DANDO EQUILÍBRIO À ORGANIZAÇÃO

Escreverei sobre o escritor irlandês Chales Handy, autor de diversos livros, entre eles cito os seguintes: Como Compreender as Organizações, lançado em 1976; A Era da Transformação, lançado em 1995. Sendo que o seu principal livro foi Deus da Administração, lançado em 1978.

O autor percebeu que há variáveis demais atuando sobre uma situação organizacional qualquer que seja ela. Além disso, existe a capacidade inerente a todo ser humano de ignorar as influências das organizações sobre o seu comportamento. Handy defende que é possível compreender as organizações porque a maioria das variáveis é constante na maior parte do tempo.

Entre as variáveis constantes nas organizações, citamos três: 1) A maioria das pessoas não ignora as influências recebidas na maior parte do tempo; 2) A maioria das interpretações será válida para o futuro tanto quanto para o passado; 3) A capacidade de previsão tende a melhorar à medida que se estudam conjuntos de pessoas em vez de indivíduos.

Chales Handy afirmava que muitas doenças organizacionais vêm de desencaixes entre estruturas e culturas. Há duas questões essenciais: diferenciação e integração. Toda organização precisa conter diferentes culturas (rotina), inovação, crise e política. Não se deve permitir que uma única cultura tome conta da organização. Mas as culturas diferenciadas têm de funcionar de modo integrado.

O autor define quatro tipos de culturas: Cultura do poder; cultura da função; cultura da tarefa; cultura do indivíduo. A cultura do poder é encontrada com freqüência em pequenas organizações empreendedoras, nos sindicatos, nas imobiliárias e de empresas de comercio exterior. Tal cultura geralmente se constrói em torno de uma pessoa dominante. A cultura da função costuma ser estereotipada como burocrática. A estrutura para essa cultura pode ser ilustrada por um templo grego, sendo que as colunas representam suas funções ou especialidades. O seu trabalho é controlado pelos seguintes mecanismos: procedimentos para as funções, tais como descrição de função e definição de autoridade; procedimentos para a comunicação, tais como os conjuntos de cópias de memorandos exigidos. A cultura da tarefa não pode ser vista como templo, mas como uma rede. Toda a ênfase dessa cultura está em fazer o trabalho. Esta cultura busca reunir os recursos apropriados, as pessoas certas no nível certo da organização. A cultura do indivíduo é encontrada nas universidades. Onde os profissionais têm varias vantagens sobre os administradores em geral, tais como: segurança no trabalho; garantia de independência; seleção ou promoção (em geral) pelos pares; poder ininterrupto em seu local de trabalho; e, ausência da disciplina industrial típica. Neste ambiente, o comando somente pode operar por consenso, não por autoridade delegada.

Handy enxergou quatro padrões culturais básicos nesse modo próprio e comparou aos deuses gregos: Zeus – poder; Apolo – função; Atena – tarefa; e, Dionísio – indivíduo. Zeus é pai dos deuses e dos homens; Apolo é deus do sol, das artes, da profecia e exímio arqueiro; Atena é a deusa grega da sabedoria, do ofício, da inteligência e da guerra justa; Dionísio é deus bastardo, filho de Zeus e uma mortal, deus do vinho, do lazer e do prazer.

O autor procura dizer que as diferenças são necessárias e boas para a saúde das organizações. O monoteísmo, isto é a procura de um só deus não dá certo para a maioria das organizações. Mas a escolha e mistura de deuses não pode ser ao acaso. O deus errado no lugar errado significa ineficiência.

Finalizamos com a mensagem extraída do livro Deuses da Administração. “O melhor modo de tocar uma fábrica de chocolate eficiente não será o melhor modo de tocar uma firma de arquitetura, uma escola fundamental ou um canteiro de obras. É preciso haver diferentes culturas, diferentes deuses, para diferentes tarefas.”.

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