segunda-feira, 24 de março de 2008

A busca de Eros

“A sabedoria e inconformismo andam de mãos dadas. Conta Platão, em O Banquete, que os deuses estavam reunidos em uma festa para comemorar o nascimento de Afrodite, a deusa da beleza, e entre os convidados estava Poros, o deus da Riqueza. Do lado de fora, porém, espiando o festim e com receio de entrar, podia-se ver a figura magra e encurvada de Pênia, a deuza da pobreza (é do seu nome que provém a palavra “penúria”). Observando os movimentos dos convidados, Pênia fixou seu olhar em Poros, que, embriagado com o néctar dos deuses, saiu para o jardim e acabou adormecendo ali mesmo.
Nesse momento, os olhos apagados de Pênia começaram a brilhar, pois acabara de ter uma idéia. Se pudesse conceber um filho com Poros, essa criança teria um destino melhor, não precisaria passar a eternidade mendigando às portas do Olimpo. Vencendo o temor, aproximou-se de Poros e conseguiu que ele a fecundasse. Ao afastar-se, feliz, Pênia imaginava que o filho em seu ventre herdaria todos os bens e todas as riquezas do mundo. Dessa união nasceu Eros, o deus do Amor, que, apesar de belo, veio marcado por um paradoxo.
Embora rico, o amor está sempre sentido falta de alguma coisa, está sempre insatisfeito."
Fonte: Revista VENCER! – dezembro de 2003 – pg. 52 a 58

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